Dois

Uma resposta a “Cold Movie Nights”

1. 

   Ana

   Fevereiro 15, 2015

   Muito bom. Obrigada. Nalguns casos as decisões eram simples. A mais fácil a da rapariga brasileira que, farta de ser traída pelo namorado, faz as malas e regressa a casa. Já não tinha nada a perder dado que já tinha perdido tudo. Depois faz aquele erro grave no aeroporto que lhe podia ter custado a vida. Às vezes o mais difícil não é tomar a decisão mas sim o conseguir lidar com o desnorte e a dor que se seguem. Este filme tb mostra isso.

   O filme também mostra outra realidade frequente. Um casal aparentemente prefeito, um momento de excesso de trabalho e a entrada de outra pessoa na relação. Um clássico. Em geral uma terceira pessoa mais nova, fisicamente atraente e sexualmente mais disponível e experiente (mesmo que tudo o resto seja um nada). Ela soube sair a tempo. Decidiu certo. Se mantivesse a situação o marido iria descobrir (descobre-se sempre) e ela iria perder alguém fantástico, que a ama de verdade e que o demonstra (algo que hoje em dia nem sempre acontece). O pior é que ela própria iria perder alguém que ama e iria viver sempre com a magoa dessa decisão errada. A outra relação acabaria por terminar porque só sexo é muito pouco. Em breve viria o vazio.

   A estrangeira da boina vermelha. A personagem que mais gostei no filme embora ache que podia ter ido mais longe. Casada com um homem que depois se percebeu que não era o lobo mau que aparentava. Uma relação em que se sentia só, que já não a fazia feliz. Apaixona-se por outra pessoa. Um pessoa boa que ela sente que também gosta dela, ainda que, por palavras, nunca lho tenho dito. Decide arriscar e tentar a sua felicidade. Fala com o marido, pede-lhe o divórcio e sai da casa. De início percebo a reação do médico árabe. Apaixonado por uma mulher casada tudo tenta para a esquecer. Sem conseguir. Os seus valores, ainda por cima a critica feroz dos outros, alimentada pela religião. A situação começa a comprometer o seu trabalho, já que não se consegue concentrar, já que só pensa nela. Decide manda-la embora sem uma explicação. Ela aqui deveria ter ido mais longe. Com todas as palavras ter-lhe dito que o amava, que tinha deixado o marido devido também a esse amor. O problema dele, se percebi, era ela ser casada. Agora teriam uma oportunidade para serem felizes. Mas se problema dele era ela ser de outra religião, agora também divorciada, pois aí o melhor mesmo foi o que ela fez. Ir embora de vez. Ele tomou a decisão que lhe pareceu melhor. Manteve a sua imagem perante os outros, fez o que a religião lhe dizia que era certo. Abdicou da si próprio mas os outros e a religião ficaram contentes. Abdicou da sua oportunidade de ser feliz em prol das aparências e do que os outros gostam de ver.

   Triste esta parte. O filme deveria ter durado mais um pouco. Ele ia atrás dela… Ou ela tentava ainda falar com ele…o amor é tão raro que faz pena não lutar por ele… Esgotar todas as possibilidades…

   Excelente filme.

   GostarGostar

   Responder