
“Eu falo, falo, mas quem me ouve retém somente as palavras que deseja. Uma é a descrição do mundo a qual tu emprestas a tua bondosa atenção, outra é a que correrá pelos campanários de carregadores e gondoleiros, nas margens do canal diante da minha casa, no dia do meu retorno. Outra ainda a que eu poderia ditar em idade avançada, se fosse aprisionado por piratas genoveses e colocado a ferros na mesma cela de um escriba de romances de aventuras. Quem comanda a narração não é a voz, é o ouvido.”
Trecho da fala do personagem Marco Polo no livro de Ítalo Calvino chamado “As cidades invisíveis”.
Deixe um comentário