Dois

Prosas e Poesias, Cerejas e Mares

Internem-me num hospício. Esgotei o ser que já fui. Não aguento mais a solidão. Preciso pensar e nem isso consigo. Soltam-se línguas, demónios que vêm de longe e até os mortos que amo me parecem atores de um filme que repete, consecutivamente, as mesmas imagens burlescas. Paula Rêgo joga um dominó com as minhas costelas e Lobo Antunes atira setas no meu escalpe. Até eles, amigos de sempre, transtornam a minha solidão.

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