Rendi-me às tuas palavras,
De cavalo a galope direito ao sol.
Eu fechei os olhos, para ver se conseguia ver alguma coisa.
Só um gesto. Uma sombra.
Rendi-me ao longe e ao distante.
Mesmo que tudo volte a ser poema e noite,
Orquídea branca de tanto querer.
Não tenho mais estrada
Mais força.
A noite voltou mas nada existe,
para além do cheiro a pinheiro, ao barulho,
distinto de quem nada vê a meio da noite encantada.
Quero ir para casa e não tenho casa,
Nem mãe, nem pai, nem ninguém.
E a solidão custa tanto aqui, de mãos vazias,
de pessoas que se esquecem, como eu, que não me lembro delas.
Faltava-me só um abraço, e mesmo assim partiste,
Nesta noite,
Quais dos meus corações te perdeu,
Perderam todos? Impossível eu não resistir mesmo sem coração.
A loucura apodera-se de mim.
Antes fugia, agora espero que me mandem embora.
Acreditam nisto?
Faço a lista de todas as coisas que não tenho.
Por escolhas que fiz? Ouve um tempo que que devia ter escolhido
Outro caminho. Outro gostar de ti.
Quase me convenço dessa maldição. Escolhi,
bêbado, os teus olhos,
com todos os sonhos que o álcool contem
e ao mesmo tempo renega.
Os olhos que se escondem, o sim e o não.
Atras da imbecilidade que nunca me abandonou.
Tínhamos uma cidade gigante.
Agora não temos amanhã, nem Lua que nasce no dia que acaba,
Ou Sol que nasce vermelho nas terras vermelhas.
Nada brilha quando a minha mão te procura.
Resta cinza, não encontro outra palavra para isto.
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