Dois
Prosas e Poesias, Cerejas e Mares
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Categoria: Prosas
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Rascunho do Conto σχέδιος Por vezes regresso às minhas infelicidades. Sem razões entendíveis por outros. Às vezes até por mim. Tudo começa com uma sensação que nada vale verdadeiramente a pena, que não tenho objectivos, que a minha vida escorregou para um local imprevisto que pode, paradoxalmente, acabar comigo. Fico sem forças, um…
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«A Véspera» foi o meu primeiro texto, um conto, que escrevi quando tinha vinte anos e pensava que um dia seria um escritor. Ganhou o 1º prémio de um concurso que o DN publicava semanalmente, às quintas-feiras, e destinado a jovens (suplemento “DN Jovem”) que queriam mostrar o que andavam a fazer com as palavras.…
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Parecia cada vez mais cinzento o dia. Mas era só na minha cabeça. Eu sabia que as vozes não existiam, nem os sonhos. Nunca foram reais. Tal como eu tudo me parecia uma fraude. Nunca tinha imaginado ir parar ali. Via-me como se de outra pessoa se tratasse. E não me identificava com ela.…
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Nem sei se quero ouvir esta música. Onde andava eu em 1994? Que fazia? Que sonhos viajavam comigo? Projectos, responsabilidades. Andava perdido como sempre? Recordo que me achava diferente. Por ser tão competente, tão ambicioso e ao mesmo tempo tão triste. Com uns olhos muito velhos numa cara jovem. Falava muito. Queria ser popular, ser…
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8 de Setembro de 2014 Quando olhas para mim, meu amor, o que vês? Sei que o tempo altera as pessoas. Ou a probabilidade de as alterar é grande. Mudei muito? Achas-me diferente? Sabes, ultimamente tenho pensado nisso. Qual a diferença entre o que eu penso ser e o que os outros acham que eu…
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“Aquilo que se chama terrorismo insere-se na alteração estrutural da opinião pública na era da mediatização total. Quem quisesse realmente combater o terrorismo teria de cortar as suas raízes, que mergulham no fascínio que os comediantes do terror e o seu público sentem relativamente à morte – e isso seria chocar com as leis do…
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Nunca o amor de um pai deixará escolher as palavras que se oferecem a uma filha. E mesmo que que elas se recolhessem seria impossível dar-lhes ordem. Sentido e sentimento. Emoção que se enrola às lágrimas e aos sorrisos. Lembranças que se espetam como estacas em cada segundo que já viveram. Balões de futuro que se deixam soltar num abrir…
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(…) Algunas veces me pregunté si en países como el mío, con escasos lectores y tantos pobres, analfabetos e injusticias, donde la cultura era privilegio de tan pocos, escribir no era un lujo solipsista. Pero estas dudas nunca asfixiaron mi vocación y seguí siempre escribiendo, incluso en aquellos períodos en que los trabajos alimenticios absorbían…
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«Devo dizer que detesto entrar em todas essas discussões – cortou ele. – É possível amar a humanidade sem fé em Deus, não acha? Voltaire não tinha fé, mas gostava da humanidade, não é? (“Outra vez, outra vez!”, pensou) – Voltaire tinha fé em Deus, mas, ao que parece, pouca, e também amava pouco a…
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“Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era…