Cai a tarde aqui, meu amor,
e eu reúno os fantasmas que me adormecem.
Junto os dragões de lantejoulas
com os cavaleiros errantes,
Pássaros feios de bico comprido
Infinitas mentiras e verdades.
Feiticeiros de papel, de capa e espada,
Livros velhos
E eu em menino.
Olhos redondos, eu redondo, tudo redondo.
Junto a minha alma penada,
Junto os rebanhos,
as ilusões inúteis.
As miragens de cobardes, os medos, as visões.
Música deste e de outo tempo.
Queres que te diga quanto tempo
Vai demorar este entardecer?
Quanto tempo demoro eu
a despir-me e a lançar-me
para esse mar de água benta.
Se quisesses nascia em cada neblina,
em cada entardecer.
Arrisco tudo para voltar a poisar-me em ti.
Sol que poisa nessa colina esta tarde.
Arrisco a fuga e perco a glória.
Perco a única noite em que não tive medo.

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