Rasgava-me a pele cada vez que faláva-mos. Abriam-se valas entre nós e os corpos tornavam-se imóveis. Silênciosos como lobos. Dos teus olhos saiam rios que me afogavam. E permanecia imóvel. Preferindo a morte a este viver, sem luz, sem desculpas. Ambos sabemos correr na praia. Fugir. Ambos já o fizemos até. Da onda, que envolta em violência, nos embrulha, que nos faz engolir a água salgada.
Passados estes mil anos, trata-me por meu amor. Seca o meu olhar e diz-me que faz sentido andar, outra vez, pela praia. Sou outro, meu amor? Ou foste tu que mudaste? Ou não existimos mais e nem sequer praia há?
http://stevemccurry.wordpress.com/2010/09/13/the-power-of-two/












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