Dois

Prosas e Poesias, Cerejas e Mares

rasgar o azul com medo do céu que não vejo desde dezembro

2016-02-18 22.18.47

maio tem uns olhos tristes

sente-se o rasgar das nuvens

mas sem  aparecer nada por trás

nem o céu que prometemos

um ao outro

nem o sol

apenas o rio se agitou mais

talvez

decidiu finalmente correr para o mar

e sem nenhuma certeza do que penso

ou do que te quero dizer

imagino ser azul

a saudade instalada

tudo azul

as casas brancas e os girassóis amarelos são azuis

vivemos em terras do longe  e do impossivel

nunca a tua primavera

demorou tanto a chegar

como boca com beijos incompletos

como lágrimas de não chorar

de repente este maio triste

sem nada que se possa oferecer

nem palavras inventadas

ou gestos

que nascem já mortos de vergonha.

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Respostas de 3 a “rasgar o azul com medo do céu que não vejo desde dezembro”

  1. Avatar de Ana
    Ana

    Um amor que não pode ser vivido sempre se traduz num poema triste. Aqui fica esta partilha.

    Amor impossível

    O longe nem importaria.
    Um gesto, uma palavra
    E esse mar sempre nos uniria.

    O muro vejo no impossível
    No desmoronar da esperança
    No desnorte, no já nada esperar.

    Perdi o céu que acreditei existir
    Carrego esta dor com que aprendi a viver
    Peço ao mundo que se esqueça de mim.

    Precisava tanto desse rio azul
    Do rio que trouxesse as minhas lágrimas
    Lágrimas esgotadas noutros invernos sem fim.

    Escolho o meu silêncio, já baixei os ombros
    Caminho sem incomodar
    Aguardo um sol que talvez um dia me nasça.

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  2. Avatar de Dois
    Dois

    Estima-se que hoje em dia existam cerca de 112 milhões de blogs em todo o mundo. É um privilégio a sua partilha neste.

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  3. Avatar de Ana
    Ana

    Um cálculo probabilístico ou mesmo o acaso nada tiveram a ver com esta partilha. Bem ou mal ela pertencia aqui

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